Jornal Circulando (nº 8, jan/fev 2015) | O HOMEM DO MEIO-DIA

por Monique Stefanie
Monique Stefanie

Avertano Rocha - 1º ano


Certo dia estava saindo de casa, quando avistei um homem alto, magro, com roupas rasgadas e descalço. Eu passava apressadamente pela avenida, por isso não dei muita importância àquela figura. Na manhã seguinte, avistei o mesmo homem, no horário de 12h. A segunda aparição, no mesmo horário do dia anterior, deixou-me curiosa.

Ele estava com uma sacola na mão, no sol quente, com a aparência cansada, como se estivesse andado em muitas ruas. Fiquei mais intrigada. Eu me perguntava: "quem é este homem?" O que ele carrega naquela sacola? E por que ele só passa nesse mesmo horário? Com perguntas sem ter nenhuma resposta, tomei uma decisão: investigar com mais detalhe o fato.

Decidi segui-lo. De longe fiquei observando-o. Depois tomei coragem e fui até ele. Perguntei tudo o que queria saber, e nós começamos a conversar. Tratava-se de um homem trabalhador, de uma pessoa humilde tentando ganhar o pão de cada dia honestamente. Com a conversa, descobri o que ele carregava na sacola.

Naquela sacola misteriosa, ele carregava, na verdade, latinhas de refrigerantes para vender. Com o dinheiro que ele ganhava vendendo latinhas, tentava comprar algo para comer. E o horário de meio-dia, era a hora em que ele se dirigia ao ponto de coleta de recicláveis. Após um dia inteiro de trabalho e com dever cumprido, ele voltava para sua moradia, debaixo do viaduto. Portanto, desvendei o mistério e percebi que as aparências enganam.

Foto: Reprodução

Disponível em: Jornal Circulando, Nº 8, jan/fev 2015, p. 5.

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